segunda-feira, 9 de abril de 2007

Quatro pragas

Sou esse menino desagradável,
sem dúvida inoportuno,
de cara redonda e suja, que fica nos
faróis, onde as grandes damas,
também iluminadas,
onde as meninas que parecem levitar,
projetam o insulto de suas caras redondas e sujas.
Sou uma criança solitária, que
o insulta como uma criança solitária, e o avisa:
se por acaso bater na minha cabeça,
aproveitarei a chance para roubar-lhe a carteira.
Sou a criança que provoca terror
por iminente lepra, iminentes pulgas, ofensas,
demônios e crime.
Sou aquela criança que improvisa uma
cama de papelão
E espera,
certo de que você me acompanhará.” , Reinaldo Arenas



Teus olhos não ficam bem senão em mim
Que desato o bouquet de tua angústia
Neste tempo de espera.
Sofres um solidão recortada
Na tarde de tuas pálpebras
Absorto no retorno das nuvens
Magoadas de outros climas.
Só eu sei, silêncio de jade,
Flor da manha, Deus triste,
O que te consola do vento.
Só eu sei que não sabes
Eximir-te do enfado,
Da noite, das bocas.
, "Noturno", de Roberto Piva


the best often die by their own hand
just to get away,
and those left behind
can never quite understand
why anybody
would ever want to
get away
from
them
"Cause and Effect", Charles Bukowski


Polly Kellog e o motorista Osmar.
Dramas rápidos mas intensos.
Fotogramas do meu coração conceitual.
De tomara-que-cáia azul-marinho.
Engulo desaforos mas com sinceridade.
Sonsa com bom-senso.
Antena da praça.
Artista da poupança.
Absolutely blind.
Tesão do talvez.
Salta-pocinhas.
Água na boca.
Anjo que registra.
"Sumário", de Ana Cristina César.

3 comentários:

Anônimo disse...

quatro dádivas.

Mari Marcondes disse...

Muito bom esse Bukowski...
Beijos, delícia.

Anônimo disse...

a poesia que nos levanta. a poesia que nos mata.