domingo, 8 de abril de 2007
Abaixo o lirismo comedido!
Quando gênios dialogam:
"A tua burguesia é uma burguesia de loucos, a minha, uma burguesia de idiotas. Você se revolta contra a loucura com a loucura (distribuindo flores aos policiais); mas como se revoltar contra a idiotia? (...)
Você se revolta contra os pais burgueses assassinos permanecendo no mesmo mundo que é o deles... classista (é assim que nos expressamos na Itália)e, portanto, é obrigado a inventar de novo e de modo mais completo, dia após dia, palavra após palavra - a tua linguagem revolucionária. Todos os homens da tua América são obrigados, para se exprimirem, a ser inventores de palavras! Nós aqui, ao contrário (mesmo aqueles que têm dezesseis anos), já temos nossa linguagem revolucionária pronta e acabada, com uma moral implícita. Também os chineses falam como funcionários públicos. E eu também - como está vendo. Não consigo misturar a prosa com a poesia (como você faz!) - e não consigo esquecer jamais - e naturalmente nem neste momento - que tenho deveres lingüísticos."
Carta de Pier Paolo Pasolini para Allen Ginsberg, em 1967.
O trecho acima foi retirado do livro de Maria Bethânia Amoroso, "Pier Paolo Pasolini", editado pela Cosac& Naify. Isso na ocasião da homenagem a Pasolini, na 26ª edição da Mostra Internacional de Cinema de São Paulo.
Na foto, nada mais que um "TEOREMA".
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4 comentários:
este comment não é um comment. se fosse, seria um ultraje para com pasolini. não me atrevo não. é frondoso demais pra uma simples dume.
No se por qué. cuando me hablan de la genialidad de Eco, pienso en Passolini y río...
Eu não tenho cacife para comentar. Só para admirar. Uma e outra vez. E chega do "lirismo que não é libertação". Beijos =)
uau. e só, porque depois dessa não há argumentos.
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