sábado, 28 de agosto de 2010

E o Top 10 virou Top 20!

Ok. No mundo das melhores cenas românticas até que eu botei mais decepções do que beijos apaixonados. Beleza, a ideia era essa mesmo. Mas depois da lista das 10 Mais me vieram tantos filmes à cabeça e tantas dicas de amigos -- coisas que eu tinha esquecido completamente -- e as duas únicas que eu quis deixar de fora foram a do Marlon Brando passando manteiga na Maria Schneider em O Último Tango em Paris e o super clichê do vaso entre Patrick Swayze e Demi Moore em Ghost.



Esqueça a ordem das coisas. O resto é resto e eu não gosto de excesso de mel. O puro erotismo, o desajuste e o desgosto também podem ser romantismo. How about you, mate?

11) Traídos Pelo Desejo (Mike Leigh, 1991)
No meio de uma trama irlandesa, um homem heterossexual descobre que sua amante tem um brinquedo erótico.


12) Morte em Veneza (Luchino Visconti, 1971)
Tadzio e o maestro. Gosto da cena da janela.


13) Violência e Paixão (Luchino Visconti, 1974)
Helmut Berger pagando de peladinho. Todo mundo pagando de peladinho! Silvana Mangano e Burt Lancaster são os velhinhos da casa (ela devia estar dormindo). E a música é Testardo Io, versão da Iva Zanicchi para um velho clássico brega do Robertão...


14) As Mil e Uma Noites (Pier Paolo Pasolini, 1971)
A melhor cena erótica -- e são muitas -- aparece nesse filme com o personagem do Ninetto Davoli, que usa um arco e flecha gigante, com um falo na ponta, para acertar o alvo da musa deitada no chão.


15) As Corças (Claude Chabrol, 1968)
Ela era amante da outra. Mas aí a outra encontrou um bonitão na cidade e a história virou um triângulo amoroso bissexual em alta voltagem erótica, cheio de vinho e de França. Uma bela transa... uma mulher atrás da porta... e uns bons ódios vingativos. Viva Chabrol!


16)Perdas e Danos (Louis Malle, 1993)
Eu gosto muito desse filme do Louis Malle. As cenas dispensam apresentações. O que precisa ser dito, pra quem não conhece o filme, é que Jeremy Irons faz o papel de um político que inicia um romance tórrido com a noiva do filho, interpretada pela Juliette Binoche.


17) A Professora de Piano (Michael Hanake, 2001)
Outro filme que dispensa apresentações. As cenas em questão começam a partir dos 4 minutos, mas é bom assistir tudo para entender o contexto.


18)Esse Obscuro Objeto de Desejo (Luis Buñuel, 1977)
O balde de água fria na beira do trem é exatamente o que eu queria fazer com todas as pessoas que não sabem se ficam ou se vão. #vingança Uma das principais fontes de Pedro Almodóvar. O filme vale por cada segundo.


19) A Um passo da Eternidade (Fred Zinnemann, 1953)
Burt Lancaster & Debora Kerr ensinam ao mundo o que é romantismo.


20) Bonequinha de Luxo (Bçake Edwards, 1961)
Porque Audrey Hepburn e George Peppard na adaptação da novela de Truman Capote formam um dos mais clássicos dos clássicos. O tipo de coisa sem prazo de validade, para além de todos os clichês e de todas as imagens que parecem sempre ter existido.


segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Top 10 - Cenas românticas do cinema

Eu andava muito distante de qualquer laudinha por essas bandas. Mas aí me encontrei virtualmente com o Bruno Lofreta e, depois de algumas horas de conversa sobre geleias, goiabadas e rock n' roll, lembrei de uma cena da Avenida Paulista, em frente ao escadão da gloriosa Fundação Cásper Líbero, dias antes do Natal de 2005. Final de tarde. Era um casal terminando um relacionamento: um homem alto, magro e de expressão anestesiada, frente a uma mulher branquela & pequenina, de cabelos curtos, que chorava histérica ao som dos primeiros trovões antes da tempestade de verão. Ela se agarrou às mãos dele. Ele se soltou, disse alguma coisa, e deu no pé. Ela permaneceu aos prantos por cerca de, sei lá, um minuto e meio. Depois usou a bolsa para cobrir a cabeça no meio da enxurrada e se mandou no sentido contrário.

Milhões de filmes projetados na memória naquele intervalo.

O Bruno então me pediu, de cabeça, uma lista de 3 cenas românticas do cinema. E como eu sou teimosa, resolvi fazer uma lista das 10 que mais me marcaram, do pop ao clássico, do brega ao cult. Depois o Bruno deu a dele, certamente mais econômica e, acho eu, tão certeira quanto a minha. O problema é que nem tudo na vida -- de verdade ou de mentira -- é feito de milk & kisses. E daí que tudo isso não passa de um clichê? Quando os finais não são felizes, o que vale passa a ser a travessia e seus melhores recortes. Não é?

1) Body Heat (Lawrence Kasdan, 1981)
William Hurt usa uma cadeira para quebrar a porta e invadir a casa de Kathleen Turner antes de lhe dar um beijo, literalmente, cinematográfico. Amor bandido, paixão desgraçada!


2)Um Homem, Uma Mulher (Claude Lelouch, 1966)
Jean Louis Trintignant é um piloto de automobilismo. Anouk Aimée é uma linda mulher. Eles se aproximam e se apaixonam, totalmente à francesa. A trilha tem Francis Lai em arroubos bossanovistas, inclusive versões para Vinicius de Moraes e Baden Powell. Jean Louis e Anouk deitam-se na cama. A trilha sonora cede ao silêncio. Minutos depois, os olhos dela a transportam para outro lugar, por cima dos ombros dele. Por falta da cena na internet, contentem-se com o trailer ou comprem o DVD. Vale a pena.


3) Paris, Texas (Wim Wenders, 1991)
Clássica e insubstituível. Natassja Kinski é Jane, uma stripper que se prepara para satisfazer os desejos voyerísticos de mais um cliente numa cabine de sacanagem. O que ela não sabe é que do outro lado do vidro está Travis, seu ex-marido, que fora encontrado sem memória numa estrada deserta americana e, aos poucos, começa a juntar os cacos do passado em sua memória.
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4)9 e 1/2 Semanas de Amor (Adrian Lyne, 1986)
Momento fetiche-clichê. Mickey Rourke e Kim Basinger, dentro e fora da pele de seus personagens, eram provavelmente as pessoas mais sexies do mundo em 1986. Bryan Ferry -- na trilha sonora -- continua sendo um baita coroa. Na maratona sexual do casal super poderoso, além da clássica cena do strip-tease ao som de Joe Cocker, a bela trepada no maquinário do relógio público é digna das melhores fantasias coletivas, aposto e ganho.


5)Não Amarás (Krysztoff Kislowski, 1988)
Nas mãos de qualquer outro diretor, a história do garoto solitário e obsessivo, que cultiva um amor platônico pela mulher promíscua do apartamento vizinho, a qual espiona diariamente com um telescópio, se tornaria piegas e banal. Acompanhado pela trilha sonora de Zbigniew Preisner, por dentro de um distrito comunista da Polônia, Kieslowski constrói uma narrativa poética sobre solidão e incompreensão acima de qualquer moralidade. Acredite: mostrar a cena final não estragará em nada seu prazer de assistir a este puta filme.


6) Hannah & Suas Irmãs (Woody Allen, 1986)
Elliott (Michael Caine) é casado com Hannah (Mia Farrow), mas cultiva uma paixão secreta pela cunhada April (Carrie Fisher), que aguenta um casamento neurótico com um artista plástico insuportável (esqueci e não procurei o nome do ator). Elliott e April encontram-se numa rua em Nova York e adentram uma livraria. Ele a presenteia com um livro de e.e.cummings e pede para que leia o poema da página 112. O resto é só uma cena epifânica, como pede um poema excepcional. "Nada/nem mesmo a chuva/tem mãos tão pequenas". Viva Woody Allen!


7)Nosso Amor de Ontem (Sydney Pollack, 1975)
A militante esquerdista Katie (Barbra Streisand), cá entre nós, é bem da desleixada, mas consegue arrebatar o bonitão popular Hubbel (Robert Redford) e levá-lo bêbado pra casa.


8) A Primeira Noite de Um Homem (Mike Nichols, 1967)
Uma noiva roubada no altar. Quantas comédias românticas e novelas da Globo tentaram copiar! Mas eles não têm a audácia de Dustin Hoffmann, nem a música de Simon & Gurfunkel tampouco a casualidade de um ônibus suburbano nos Estados Unidos dos anos sessenta.


9) Encontros e Desencontros (Sofia Coppola, 2002)
É proibido incorporar, mas não assistir. E dessa vez eu não explico nada.
10) Simplesmente Amor (Richard Curtis, 2003)
Momento comédia romântica: Mark bate à porta de Juliet, que está prestes a se casar. Ele faz uma declaração de amor com cartazes, em silêncio. Incorporação desativada, veja aqui.