O regente Tiago Pinheiro, à frente do Coral Paulistano e do CoralUSP, me contou uma história engraçada sobre uma Brasília, um atoleiro no Brooklin dos anos 1970, e uma canção do Nelson Gonçalves. Mas isso fica pra entrevista, que ainda vai sair na revista sãopaulo. Não vamos estragar a surpresa!
Lembrei disso numa conversa sobre carros velhos, memórias de infância e música com um outro Thiago, o Teixeira, que descobri apurando uma matéria sobre futebol indie (porque não apenas as pautas, mas os personagens também devem ser interessantes, senão não vale a pena enriquecer o patrão). Ele é o feliz dono de um Lada vermelho. E começamos um papo sobre Variants, Opalas e Monzas que me lembraram uma doce passagem paulistana.
Foi possivelmente no ano 2000. Ou antes. Eu era adolescente e estava sentada no Palio da minha mãe, num semáforo próximo à estação Parada Inglesa do metrô. Estávamos no verão, fazia sol e nosso carro não tinha rádio. Foram exatos 10 segundos até que um Del Rey verde escuro, pitura intacta, bancos convidativos, ocupasse quase toda a largura da faixa ao lado. Dentro dele, duas garotas de óculos escuros. A motorista era ruiva, tinha um cabelão e mascava chicletes. Parecia absolutamente dona de si e do carro do vovô. Todas as janelas estavam abertas e por elas saía o mais íntegro & alto som do Led Zeppelin. Três minutos depois, viraram à direita e nunca mais as vi.
Até hoje não sei se delirei ou não, mas gosto de pensar que um dia vou dirigir piscianamente por toda a Califórnia até o deserto de Nevada com carro & música similares. Espero que as garotas do Del Rey tenham realizado sonhos parecidos. Agradeço por terem me dado esta visão embrionária do "vintage".
Um comentário:
meu disquinho favorito do zep esse aí.
Postar um comentário