Meu amigo Xinho esteve em Nova York e voltou dizendo que assistiu a um show da baixista Meshell Ndegeocello no Blue Note. [Tudo bem, ele venceu: batata frita!] Gosto dela desde os tempos no MTV na Chapa, programa matinal em que Cazé Peçanha, Sabrina Parlatore e Rodrigo se revezavam como apresentadores. Não posso dizer que virei fã, eu não sabia muito bem como ouvir música aos 13 anos. Mas andei resgatando algumas coisas dela e acabo de chegar ao recém-lançado "Weather", que não recebeu qualquer comentário na imprensa tupiniquim e é provavelmente o disco mais solto que ela já fez.
São baladas sexies e emotivas misturadas a lampejos pops dançantes, ainda assim intimistas. Vai um pouco de jazz, outro de eletrônico, e mais um pedacinho de funk, onde a baixista mostra virtuosismo. Um dos destaques é "Rapid Fire", espécie de introdução à relação entre casais urbanos numa atmosfera sofisticada, mas meio safadinha. "Chelsea Hotel" serve para o primeiro beijo. "Dirty World" traz uma linha de baixo absolutamente irresistível com guitarras pontuais e trejeitos radiofônicos.
Comuns na carreira de Meshell, as instrumentações acústicas tem um de seus melhores momentos em "Crazy And Wild", trilha perfeita para um filme neurótico-romântico que, quem sabe um dia, terei competência e paciência pra fazer. [Mas isso só vai dar pra explicar quando sair]. Revelações na mesma linha prosseguem na esperta "Petite Mort", pra deixar confusos os fãs jazzy-pops-bonitinhos de Norah Jones. Mas o que há de mais parecido com aquela Meshell dos anos 1990, com potencial de videoclipe pop entre adultos, é "Dead End", uma mistura de violões e teclados com melodia e arranjos que colam no ouvido e provocam dancinhas no volante, especialmente em manhãs de sol.
Que pena que não temos Blue Note ou sinais de Meshell Ndegeocello por aqui.
Nenhum comentário:
Postar um comentário