Não rolou "bunda suja". Em 120 minutos, Madonna pulou corda, fez pole dancing, conversou com a galera, beijou a bailarina na boca [tivemos a impressão de que dessa vez foi mais "nasty": sabe como é, país tropical...], destilou um repertório de antigos hits com novíssima roupagem e de novas músicas que todo mundo já sabia de cor, rodeada por uma baita produção. Desafinou um pouco, é verdade, mas ninguém estava preocupado com isso. Até aí, nenhuma surpresa: tudo dentro dos conformes técnicos obsessivos da Sticky & Sweet Tour. Só não dava pra escapar da atração arrebatadora que aquele corpinho extremamente definido exalava de qualquer ponto do palco.
Sábado, 20 de dezembro, foi dia de lavar a alma com capas de chuva vagabundas. Especialmente se você desse a sorte de passar o tempo inteiro com a tchurma mais engraçada do mundo para assistir shows. Ou pelo menos a um show da Madonna. A começar pelos cinco [belos] cavalheiros [gays] dispostos a levantar mocinhas pequenas para ver a tal da mulher de 50 anos que se contorcia e quase virava cambalhotas na pontinha do palco, lá do outro lado.
Deve haver algum desastre químico na minha cabeça gorda, mas vou dizer que o mais importante de tudo foi avistar Madonna no centro da parafernália, tocando a velha Borderline meio desajeitada, com uma guitarrona em punhos. [Breve pausa para sorrir]. É mais ou menos como encontrar um código oculto & gracioso no meio desse gigantesco emaranhado pop, e depois guardar no bolso um pedaço embrionário da teia a que pertencemos desde os primeiros ídolos que imitamos quando crianças, e que nunca deixamos para trás [porque nunca tivemos coragem para isso].
Deve haver algum desastre químico na minha cabeça gorda, mas vou dizer que o mais importante de tudo foi avistar Madonna no centro da parafernália, tocando a velha Borderline meio desajeitada, com uma guitarrona em punhos. [Breve pausa para sorrir]. É mais ou menos como encontrar um código oculto & gracioso no meio desse gigantesco emaranhado pop, e depois guardar no bolso um pedaço embrionário da teia a que pertencemos desde os primeiros ídolos que imitamos quando crianças, e que nunca deixamos para trás [porque nunca tivemos coragem para isso].