Sorrisinho diante do novo. O novo-velho, ainda revigorante. Deve ser porque a década de 80 não tem nada de perdida. Madame Satã, Rose Bom Bom, a vanguarda do Lira Paulistana, camisetas dos Smiths [pro pessoal do rock inglês], e vá lá, a ascenção do rock nacional... tudo é lindo demais. E além do mais, eu estava lá. O único porém é que em vez disso tudo eu estava ouvindo Trem da Alegria.Eu e toda a turminha banguela do Jardim Escola Raio de Sol.
Talvez tenha sido culpa da distância geracional. Coisas de Saturno, Netuno, Plutão & as efermérides. Se bem que eu nunca liguei muito pra isso. Mas o fato é que tanto as forças óbvias quanto as ocultas andaram me pressionando a ouvir com mais cuidado o pessoal da Lira, a começar por Arrigo Barnabé, Itamar Assumpção e especialmente o Grupo Rumo.
Os vídeos selecionados abaixo fazem parte de um DVD do Rumo gravado ao vivo no SESC Pompéia em 2004. Foi naquele mês de junho que um amigo, hoje casado e mudado, me convidou para assistir ao tal show de Luiz Tatit, Ná Ozzetti & companhia, mas eu não fui.
[E desculpaí pessoal do Rio, do Circo Voador ou coisa que o valha, mas aqui falamos especificamente sobre a paulicéia desvairada].
Enterrando a cabeça de bagre em algum lugar, estou gostando muito desse resgate. E seja lá qual for o efeito posterior disso, tem aí um tipo de irreverência tão tipicamente paulistana e intrínseca, que torna a identificação imediata. Também tem um tipo de sentimento bitter-sweet-sour, às vezes. A voz de Ná é, como sempre, refinadíssima no seu hesitar milimétrico. [E eu gosto de seguir os olhos de quem canta com eles abertos].
- Delírio, Meu!
- Está faltando alguma coisa.
- Essa é pra acabar