sábado, 6 de setembro de 2008

As flores de plástico não morrem

Desde que ganhei meu primeiro gravador de CDs - há cerca de 8 anos, no final do colegial - passei a cultivar o hábito de gravar seleções musicais específicas para meus amigos. Com ou sem ocasião especial: basta que eu queira compartilhar um pouco dos meus gostos. Até hoje costumo entregar os CDs junto de uma carta com comentários faixa a faixa, pequenas historietas sobre as canções e fragmentos de letras.

Existe uma avalanche de inovações tecnológicas anti-românticas avançando em minha direção, mas eu corro pra que nada me acerte. Por sorte, ainda tenho alguns amigos que valorizam essa minha forma de oferecer flores. Recebo pedidos. O último aconteceu há um mês, encomenda especial para o aniversário de Madame Hungria. Gravei uma coletânea de viagem que vai de Paco de Lucía a Rolling Stones.

De tempos em tempos, costumo mergulhar na música latina. Recordando as coletâneas "latinas" que já fiz, cada pessoa deve ter uma paixão d´eliniana diferente, por mais pop que seja. Engraçado encontrar esses registros, por acaso, nas prateleiras da casa de alguém. É sempre um exercício benéfico de nostalgia. "Você ainda guarda isso????". De repente dá um frio na barriga e então eu me redimo pelas vezes em que, ridiculamente, ofereci flores em vão.