Nunca fui grande fã do Oasis. Mas lá pelos anos 1990, quando ainda passava por baixo da catraca do busão para economizar a grana da passagem e gastar em discos na Galeria do Rock, garanti minhas cópias dos dois primeiros discos da então "maior banda da Inglaterra - e do mundo": Definitely Maybe [1994] e What´s The Story? Morning Glory! [1996]. E não era só a NME que dizia - a MTV reforçava, e a capacidade encrenqueira dos irmãos Gallagher, por mais babaca que fosse, até fazia algum sentido numa década que quase morreu com o suicídio de Kurt Cobain. Ouvir Oasis era inevitável.
Inevitável também era cair na gargalhada quando Gustavo e Catharina cantavam "I don´t believe that anybody FILHOS DO REI ARTHUR about you now" com seus fones de ouvido compartilhados, na hora do recreio do Colégio Santana [fazia frio, e eles esticavam as mangas dos moletons para cobrir as mãos]. Mesmo que Wonderwall tenha caído no gosto das patricinhas da escola, das professoras de inglês do Fisk, e até da minha mãe, o mérito do segundo disco não se dissolve. Confesso, no entanto, que sempre gostei mais do primeiro. Acho mais rápido, mais direto, mais elétrico, mais honesto. Menos pose, mais ação. O Liam ainda tinha aquele arzinho inquisidor de candidadato a ícone que, em alguns momentos, lembrava grandes figuras do rock inglês.
Ficou fácil para quem quisesse se aventurar a medir a relevância do Oasis em 2009. Bastava sair às ruas de São Paulo na última noite de sábado [09], pegar um metrô, ou parar num semáforo qualquer do centro expandido: o show da banda só não passou despercebido para os taxistas que cobravam 50 Reais pela bandeirada, na saída do Anhembi. E mesmo que as demais 24.999 pessoas presentes não tenham percebido , a constatação é óbvia: o melhor dos irmãos Gallagher acabou na virada do século. Ou antes disso. A prova real pode ser tirada com os vídeos abaixo.
Podem dizer que o tal do Dig Out Your Soul [2008] é um bom disco. Pra mim, a coisa só foi boa até Be Here Now [1998]. De lá pra cá, é tudo burocrático. Não que o show tenha sido ruim - pelo contrário, foi competente - mas não teve magia, não teve brilho, não teve viço. Se não fosse pedir demais, era bom que ao invés de jogar garrafas plásticas no estrelinha dos vocais, alguém tivesse gritado: "Hey, Liam, mastiga uma pastilha Valda e volta aqui pra cantar direito!". Não fosse pelo novo baterista, um doido chamado Chris Sharrock - e vá lá, por umas três ou quatro boas aparições de Noel -, a apatia teria vencido o rock n´roll, assim como a esperança venceu o medo, como dizia o slogan do PT [sic].
Restam alguns bons momentos. Champagne Supernova ainda arrepia os pelinhos dos braços. Mas em geral, tudo parece mais lerdo ou erroneamente "psicodelizado" (yes, we love neologismos!). Faltaram bons hits, que sei lá... talvez tenham pra mim algum recorte de significado que não importa a mais ninguém. É o caso de Don´t Go Away. E também de Live Forever. De quando Liam & Noel se abraçavam vestindo camisas de futebol. Algo sincero. "Maybe you´re the same as me/We see things theyll never see/ You and I are gonna live forever".
Inevitável também era cair na gargalhada quando Gustavo e Catharina cantavam "I don´t believe that anybody FILHOS DO REI ARTHUR about you now" com seus fones de ouvido compartilhados, na hora do recreio do Colégio Santana [fazia frio, e eles esticavam as mangas dos moletons para cobrir as mãos]. Mesmo que Wonderwall tenha caído no gosto das patricinhas da escola, das professoras de inglês do Fisk, e até da minha mãe, o mérito do segundo disco não se dissolve. Confesso, no entanto, que sempre gostei mais do primeiro. Acho mais rápido, mais direto, mais elétrico, mais honesto. Menos pose, mais ação. O Liam ainda tinha aquele arzinho inquisidor de candidadato a ícone que, em alguns momentos, lembrava grandes figuras do rock inglês.
Ficou fácil para quem quisesse se aventurar a medir a relevância do Oasis em 2009. Bastava sair às ruas de São Paulo na última noite de sábado [09], pegar um metrô, ou parar num semáforo qualquer do centro expandido: o show da banda só não passou despercebido para os taxistas que cobravam 50 Reais pela bandeirada, na saída do Anhembi. E mesmo que as demais 24.999 pessoas presentes não tenham percebido , a constatação é óbvia: o melhor dos irmãos Gallagher acabou na virada do século. Ou antes disso. A prova real pode ser tirada com os vídeos abaixo.
Podem dizer que o tal do Dig Out Your Soul [2008] é um bom disco. Pra mim, a coisa só foi boa até Be Here Now [1998]. De lá pra cá, é tudo burocrático. Não que o show tenha sido ruim - pelo contrário, foi competente - mas não teve magia, não teve brilho, não teve viço. Se não fosse pedir demais, era bom que ao invés de jogar garrafas plásticas no estrelinha dos vocais, alguém tivesse gritado: "Hey, Liam, mastiga uma pastilha Valda e volta aqui pra cantar direito!". Não fosse pelo novo baterista, um doido chamado Chris Sharrock - e vá lá, por umas três ou quatro boas aparições de Noel -, a apatia teria vencido o rock n´roll, assim como a esperança venceu o medo, como dizia o slogan do PT [sic].
Restam alguns bons momentos. Champagne Supernova ainda arrepia os pelinhos dos braços. Mas em geral, tudo parece mais lerdo ou erroneamente "psicodelizado" (yes, we love neologismos!). Faltaram bons hits, que sei lá... talvez tenham pra mim algum recorte de significado que não importa a mais ninguém. É o caso de Don´t Go Away. E também de Live Forever. De quando Liam & Noel se abraçavam vestindo camisas de futebol. Algo sincero. "Maybe you´re the same as me/We see things theyll never see/ You and I are gonna live forever".
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