O Guilherme Bryan publicou breve resenha e uma entrevista comigo falando sobre "Os Dentes da Memória" na Rede Brasil Atual. Foi uma das melhores entrevistas sobre o livro até agora. Consegui dissertar sobre questões importantes que ainda não tinham sido abordadas por jornalistas, tanto sobre o making-of do projeto quanto sobre as nossas escolhas e nossa visão sobre a história. Segue uma pergunta/resposta de prévia e também o link do conteúdo.
Como foram selecionados os entrevistados para o livro? Houve alguma entrevista que não conseguiram realizar ou que ficou de fora por alguma razão?
A coisa começa em torno do Piva, uma figura absolutamente fascinante, magnética e complexa, dona de uma obra poética muito poderosa e que merece atenção urgente, para muito além de seu primeiro livro, "Paranoia". A partir daí selecionamos os outros três personagens principais, tendo como norte a confluência permanente de suas trajetórias ao longo das décadas, a amizade e as vivências em comum, a influência de um sobre as leituras e as escritas dos outros, a qualidade poética e o potencial deles como personagens de livros. O Roberto Bicelli, por exemplo, é uma descoberta e tanto: com apenas um livro de poemas, teve nesse grupo um papel importantíssimo e é por si só um personagem sedutor. Afinal, existe gente muito talentosa e competente por aí, mas nem todos são bons personagens para um livro, tá cheio de bons poetas não dão o menor caldo ou interesse para uma biografia. Esses quatro caíram como uma luva e nós percebemos isso desde princípio. Outra coisa: não queríamos falar exatamente em "geração 60", que também é uma divisão polêmica de se fazer, então vamos deixar isso na mão dos nossos especialistas. Também não gostaríamos que a história parasse nos anos 1960, pois há vivências, acontecimentos históricos, políticos, culturais e livros suficientes para trazê-la até hoje. Fizemos uma pesquisa grande não apenas sobre a bibliografia destes poetas, como de suas influências e de seus contemporâneos. E por fim, há outros nomes importantes na Geração 60 de São Paulo que receberam apenas menções ou foram entrevistados sem protagonização. Muitos merecem ter suas trajetórias contadas e reconhecidas, e esperamos que esse trabalho seja feito futuramente. Selecionamos como coadjuvante os que mais tiveram contato com estes personagens em determinados momentos, ou que eram citados nas entrevistas e participaram de histórias importantes, e também aqueles que poderiam elucidar melhor alguns pontos e passagens. Por uma questão de foco, fluidez e edição, algumas pessoas ficaram de fora. Outros simplesmente foram procurados e não quiseram dar entrevista, não puderam nos atender, ou nunca responderam nossos e-mails e telefonemas. Além do mais, nenhum retrato memorialístico, histórico, jornalístico ou biográfico é definitivo, completo ou contém toda a verdade da Terra. Aliás, nunca nos propusemos a isso. Quem quiser, pode partir em direção ao foco e ao viés que desejar, jogando toda luz nos personagens que julgar mais importantes.
A coisa começa em torno do Piva, uma figura absolutamente fascinante, magnética e complexa, dona de uma obra poética muito poderosa e que merece atenção urgente, para muito além de seu primeiro livro, "Paranoia". A partir daí selecionamos os outros três personagens principais, tendo como norte a confluência permanente de suas trajetórias ao longo das décadas, a amizade e as vivências em comum, a influência de um sobre as leituras e as escritas dos outros, a qualidade poética e o potencial deles como personagens de livros. O Roberto Bicelli, por exemplo, é uma descoberta e tanto: com apenas um livro de poemas, teve nesse grupo um papel importantíssimo e é por si só um personagem sedutor. Afinal, existe gente muito talentosa e competente por aí, mas nem todos são bons personagens para um livro, tá cheio de bons poetas não dão o menor caldo ou interesse para uma biografia. Esses quatro caíram como uma luva e nós percebemos isso desde princípio. Outra coisa: não queríamos falar exatamente em "geração 60", que também é uma divisão polêmica de se fazer, então vamos deixar isso na mão dos nossos especialistas. Também não gostaríamos que a história parasse nos anos 1960, pois há vivências, acontecimentos históricos, políticos, culturais e livros suficientes para trazê-la até hoje. Fizemos uma pesquisa grande não apenas sobre a bibliografia destes poetas, como de suas influências e de seus contemporâneos. E por fim, há outros nomes importantes na Geração 60 de São Paulo que receberam apenas menções ou foram entrevistados sem protagonização. Muitos merecem ter suas trajetórias contadas e reconhecidas, e esperamos que esse trabalho seja feito futuramente. Selecionamos como coadjuvante os que mais tiveram contato com estes personagens em determinados momentos, ou que eram citados nas entrevistas e participaram de histórias importantes, e também aqueles que poderiam elucidar melhor alguns pontos e passagens. Por uma questão de foco, fluidez e edição, algumas pessoas ficaram de fora. Outros simplesmente foram procurados e não quiseram dar entrevista, não puderam nos atender, ou nunca responderam nossos e-mails e telefonemas. Além do mais, nenhum retrato memorialístico, histórico, jornalístico ou biográfico é definitivo, completo ou contém toda a verdade da Terra. Aliás, nunca nos propusemos a isso. Quem quiser, pode partir em direção ao foco e ao viés que desejar, jogando toda luz nos personagens que julgar mais importantes.
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