segunda-feira, 17 de maio de 2010

Top 10 - Trailers de Cinema

Meu amigo Pedro Almodóvar deu a letra, comentando sobre seus 5 vídeos preferidos no Youtube. Resolvi pegar no embalo e escolher meus trailers preferidos entre os meus filmes preferidos disponíveis no Youtube. A regra é: memória afetiva misturada com espírito adolescente de trívia e alguma noção estética e histórica, vá lá. Lembra da cena do Louis Garrel com o Michael Pitt, na banheira, discutindo se Clapton era melhor do que Hendrix ou vice-versa, no "The Dreamers", do Bertolucci? Esse é o espírito, cara! O resto é masturbação mental de pseudo-crítico que engole pseudo-crítica e pode jurar que adora cinema.

O Top 10 não tem ordem de preferência. Resolvi numerar simplesmente porque sou mala. Entre os escolhidos, há oficiais e não-oficiais. Qual a diferença? Ah, sei lá.

10) Ben-Hur (William Wyler, 1959)

E aí, indiezinho? Tá doido pra dizer que eu sou brega! Afinal, o filme tem fundo bíblico, moral da história, trilha sonora melodramática e as fundações dos clichês narrativos viuais que povoam o gênero épico desde então. A diferença, chuchuzinho, é que eu posso dizer que adoro Ben-Hür sem vergonha, sem pudor e sem pedir licença aos meus amiguinhos que querem ser Spike Jonze. Eu sento, me esparramo, coço a cabeça da cachorra com uma mão e enfio milhões de pipocas na boca com outra. Você não. Você está preocupado demais com suas opiniões e argumentos para defendê-las sem parecer um idiota. Sabe de uma coisa? O Charlton Heston também era um idiota: Judah Ben-Hür passou a vida flertando com Messala, mas o velho Heston, mascando fumo, não percebeu. Você tem razão, indiezinho: Michael Gondry tem mais massa encefálica. Só não tem metade da força da velha cinematografia de William Wyler.



9) Kika (Pedro Almodóvar, 1993)
O Pedro é o cara. Kika é aquele tipo de filme exagerado, delirante, espalhafatoso, sem um pingo de elegância pela qual se possa babar para além das milhões de cores de Almodóvar, a presença de Victoria Abril e Rossy de Palma (que valem, sozinhas, mais que milhões de planos milimetricamente tristes) e, claro, Andrea Caracortada. É um caldeirão pop & brega, gostoso que nem pizza.

8) O Selvagem da Motocicleta (Francis Ford Coppola, 1981)
Nem que Mickey Rourke não fosse tão sexy e não tivesse sua forma tão sexy de imitar Marlon Brando; nem que Matt Dilon não fosse tão lindo e Nicolas Cage não fosse também um Coppola: o exercício estético mais livre e solto do mestre, em preto e branco, com a trilha de Stewart Copeland, em trailer, rapidinho, dá rubores, dá beleza na vida. "The motorcycle boy reigns".



7) Silêncio (Ingmar Bergman, 1963)
Quer que eu explique?



6) A Liberdade é Azul (Kryzstoff Kieslowski, 1993)
Na lista de coisas mais bonitas do mundo estão as trilhas de Zbigniew Preisner, os filmes de Kieslowski, o rosto de Juliette Binoche e as cores azuis (especialmente os olhos). Para todos os efeitos, este trailer é uma boa porta de entrada.


5) Decameron (Pier Paolo Pasolini, 1970)
Giovanni Bocaccio escrevia sobre amor, religião, hipocrisia e merda com a mesma maestria. A Pasolini em especial, esses assuntos eram bastante caros. Eu acho que a música é do Ennio Morricone, mas na edição brasileira dos DVDs da Trilogia da Vida, isso não fica claro. O trailer oficial é rápido, rasteiro e certeiro.


4)Zabriskie Point (Michelangelo Antonioni, 1970)
3) Blow-Up (Michelangelo Antonioni, 1966)

Assista e descubra a cultura e a contracultura, o cult e o pop. Para Antonioni, a arte vem em prol do intelecto, na contramão de Fellini, onde o intelecto serve a arte. Apolíneos & Dionisíacos: amai-vos! (Que papo besta, vamos aos trailers!)



2) Suspiria (Dario Argento, 1973)
Terror psicodélico italiano. Giallo, giallo.


1) O Desprezo (Jean-Luc Godard, 1963)
Eu disse que o Pedro é foda. A começar pelas referências dele.

2 comentários:

Anônimo disse...

Apesar de ter a cara cuspida duma tia minha, temos que admitir o bom gosto do Pedrito, em tudo.

Aline disse...

Blow up! sem mais.