quinta-feira, 23 de abril de 2009

Rapidinhas da semana

Quer dizer, sem essa de "quentinhas da semana". São só as tradicionais dicas de sempre, com sabor de chocolate, café ou cherry coke. Façam bom proveito, criaturinhas!

1) Entrevista com cara de perfil - é Joyce Pascowitch por Maria Ignez Barbosa- a poderosa - na Brasileiros de outubro do ano passado. Papo leve, texto ambientado e boas aspas, do jeito que eu gosto. "Não basta ser uma boa jornalista para ser colunista. É preciso ver as coisas com um olhar à frente dos outros, ter percepção, um radar, um repertório, e isso é algo que treino desde pequena. Muito cedo, fiz balé, piano, francês e inglês. Sempre fui antenada. Sempre que saio para ver alguma coisa, vejo outra, enxergo algo além. Antes de ir para a Folha eu fazia uma revistinha, a A&Z, que mexia e instigava, e que o Mathinas Suzuki viu e gostou. Foi quando ele me chamou para ir para o jornal". Anotaí.

2) Não é porque trabalho na redação ao lado, mas o Terra Magazine agora tem espaço comandado pela excelente Ana Paula Sousa, ex-editora de cultura da Carta Capital. O blog se chama Babel.

3) "Vamos entrevistar o Osama Bin Laden. Isso mesmo, vamos atrás". A pérola deve ser imaginária (tomara mesmo). Saiba como trabalha Heródoto Barbeiro -- da rádio CBN e do Roda Viva, na Tv Cultura --, na correria do dia a dia, com direito a deliciosos bastidores. "No computador de Heródoto chega uma mensagem: 'Céus, entra ano, sai ano, e o José Dirceu não consegue achar o R do pRoblema. Abs., Neuza'. No estúdio, o e-mail é comentado e alguém diz, fora do ar: ' O Cony, que é o Cony, não consegue falar aeroporto. Só sai aereoporto'. Da Brasileiros, por Ricardo Kotscho.

4) Ok, mais uma da Brasileiros, por Inês Garçoni. Nem me lembro mais por que raios não gostava da revista no começo. Mas aí vai, o Rogério Fasano Punk Rocker. Não entendeu? Clica aqui, benhê. " 'Ele deu uma lição. Disse que ser punk não era aquilo, que a gente estava lá para pensar, raciocinar, e não para ficar cuspindo. Fiquei mais fã dele ainda'. Aos 19 anos, Rogério estava na platéia, em Londres, onde viveu à custa do pai rico. Ficou enojado com os cuspes, mas cantou todas as letras da banda, ídolo da juventude rebelde."

5) La Ruta Norteamericana é o blog do jornalista espanhol Fernando Navarro -- do El País e da Rolling Stone com sotaque madrilenho -- interessante pra ter uma visão menos afetada do que se tem com os blogs ingleses, e consequentemente da puxação de saco à brasileira. O bom é que se fala de velharias, bandas americanas esquecidas, e um monte de coisas que os psudo-hypes não falam, com medo de se queimar na baladinha da Augusta...

6) Ainda no El País, entrevista rapidinha, só pra constar, com o lindo, maravilhoso e talentoso Clive Owen. [Sinta o sotaque. Respire fundo. Expire. Agora pode gritar. Mas antes, escute a dublagem. E gargalhe!]Aproveite e dê uma zapeada nas páginas especiais de cinema, música e literatura do jornal online. Viu? Agora compare com os cadernos de cultura dos jornais daqui. Vou até ali beber um Nescau enquanto você chora.

7) Emma Watson a.k.a. Hermionne Granger concede entrevista a Derek Blasberg, da revista Interview. E vejam só que bonitinha: "Well, I shouldn’t say I have a favorite director—that wouldn’t be very diplomatic. But one of the people I enjoyed working with most was Alfonso Cuarón [who directed Watson in the third Potter film, Harry Potter and the Prisonerof Azkaban (2004)]. I have a real thing forMexican directors. And I love Guillermo del Toro and Alejandro González Iñárritu".

8) Lembro-me de um policial fascista que tive o desprazer de conhecer há alguns anos. Entre outras baboseiras, vivia dizendo que Caco Barcellos fora dedo-duro dos militares durante o regime: a figura espalhava mentiras tão absurdas quanto seu delírio de grandeza (achava-se capaz de governar, coitado). Nunca mais vi grotesca figura. Mas Caco Barcellos ficou, por bem. E segue e enxutérrimo Caco Barcellos em entrevista à Trip, nas Páginas Negras. "O caso da Isabella tem esse componente da cultura da violência. Eu acho que a polícia nos ensinou a pensar, o que é um grande erro, que, quem morre, morre porque deve. Coisa da cultura do esquadrão da morte, 'estava no lugar errado na hora errada'. E, no caso dessa criança, Isabella, você não podia culpar a vítima. É uma inocente de 5 anos. A segunda coisa: família de classe média, com o pé no direito. Então a polícia não podia usar os métodos que usam contra os pobres, que não é de investigação e sim de tortura".

9) Do olhar. Quer dizer, de como Susan Sontag foi seduzida por sua própria persona. Aqui na New York Magazine. Por Franklin Foer.

10) Ótima retrospectiva do Alex Antunes sobre Bryan Ferry e o indefectível Roxy Music. Aqui, ó, cheio de boas dicas. Quer um trecho? Aí vai o início: "Bryan Ferry está para a música precisamente como Andy Warhol estava para as artes plásticas. O 'pop' para ele é uma interface, um caminho de duas mãos. De um lado, a mirada intelectual e crítica sobre a arte na era da reprodutibilidade tecnológica". Corre lá, baixe lá, e diz pra mim se esse Mr.Ferry não é uma coisa diliça! (Não tenha medo, menina, juro que não vou achar brega).