“Um estilo artístico é algo vivo, uma contínua invenção dentro de certa direção. Nunca imposta de fora, nascida do impulso criador & das tendências profundas da sociedade, essa direção é até certo ponto imprevisível, como o é o crescimento de ramos de uma árvore. Em troca, o estilo oficial é a negação da espontaneidade criadora, os grandes impérios tendem a uniformizar o rosto cambiante do homem & convertê-lo em uma máscara indefinidamente repetida. O poder imobiliza, fixa num só gesto grandioso, terrível ou teatral & finalmente, simplesmente monótono a variedade da vida. ‘O Estado sou eu’ é uma fórmula que significa a nadificação dos rostos humanos suplantados pelos traços pétreos de um eu abstrato que se converte, até o final dos tempos, num modelo de toda uma sociedade”. Octavio Paz, em O Arco e a Lira.