sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

Outras verdades sobre o novo do U2

"No Line on the Horizon é a terceira grande guinada da carreira da banda. Aqui, tentam superar a própria grandiosidade sonora e apostam em letras que buscam encerrar de modo poético a complexidade política e midiática destes tempos.
Com os integrantes beirando os 50 anos, o U2, ao contrário de muitos roqueiros veteranos, não se esforça para manter uma juventude artificial. Envelhece antenado à sua época". Sylvia Colombo, Folha de S. Paulo

"Dentro do time de produtores da banda, Brian Eno e Daniel Lanois foram as figuras-chave na composição e execução das canções, enquanto Steve Lillywhite direcionou a sonoridade para o consumo de massa. Por sinal, trata-se do mesmo time que produziu The Unforgettable Fire (1985) e Achtung Baby (1991). Assim como esses discos, No Line on the Horizon é também um belo, corajoso, e altamente especulativo redesenho da sonoridade do U2", Andrew Perry, Telegraph.

"Get On Your Boots soa aborrecidamente como o U2 imitando o Muse. O que não é necessariamente ruim, mas assim como no álbum Pop, parece que o U2 vira seguidor e não líder" Chris Jones, BBC.

"Talvez o erro do U2 em No Line On The Horizon esteja na escolha do primeiro single. Get On Your Boots não combina com a atitude de renovação ostentada pelo disco, permanecendo na cômoda sombra dos hits mais recentes e menos ousados da carreira da banda - como Vertigo e All Because Of You . Por sorte, há coisas muito melhores para se ouvir num disco de faixas poderosas e robustas como Magnificent e Fez- Being Born, essas sim, remetedoras à velha entrega, à religiosidade e ao fervor - às vezes transecental - dos melhores anos do U2". Renata D´Elia, Revista Paradoxo. [Sorriam para a foto, crianças!]

"Em No Line... há a combinação dos timbres de teclados de garagem, gordas distorções de guitarra, e a bateria de fanfarra de Larry Mullen Jr., esse último tão firme e afiado que é difícil de dizer o que ele mesmo está fazendo e o que é looping (isso foi um elogio). The Edge toca um dos poucos solos no final de Unknown Caller, numa reta e extenuada atuação que força as notas até o limite do agudo. White as Snow é quieta - guitarra, teclado, Bono e harmonias, como se fosse The Crystal Ship dos Doors misturada com uma balada Apalache". David Frike, Rolling Stone.

"Em entrevista ao jornal Boston Herald, em novembro, Lillywhite disse acreditar que o U2 estaria "reinventando o rock" mais uma vez. Há um pouco de exagero nessa afirmação, mas é evidente que a banda assume riscos para não dormir no banco de reserva. (...) Só o tempo necessário para assimilá-lo dirá se realmente o U2 acabou de reinventar o rock. Ou não". Lauro Lisboa Garcia, O Estado de S. Paulo.

"Cansado do Bono? Talvez. Cansado do U2? Ainda não". Charles Aaron, Spin.

"O que mais impressiona nesse follow-up de How to Dismantle an Atomic Bomb é a voz do Bono. Sempre soberano, até mesmo nas notas melodramáticas, ele grita, se entrega, se revira e se joga num terrítório mais cheio de alma, emoção e rock n´roll. Imagine tudo isso, ao vivo, num
estádio". Iain Shedden, The Australian


"Na faixa-título, que abre o CD, um refrão cantarolado faz do vocalista - como se fosse preciso - o ponto principal, numa típica faixa do U2. A mesma grandiosidade quase messiânica está em Magnificent, que inicia com efeitos típicos de produtores para logo receber a indefectível guitarra de The Edge. Remete a várias fases do U2 em uma só música, como o início de carreira em The Unforgettable Fire e a ligação com as raízes da música norte-americana de Where The Streets Have No Name --presente no disco The Joshua Tree, de 1987". Marcos Bragatto, UOL.