domingo, 30 de março de 2008

Brutal pagan forces

Há cerca de 4 anos li duas entrevistas da ativista e intelectual americana Camille Paglia [aqui brevemente apresentada por um artigo no Zero Hora], ambas enviadas por um amigo da Filadélfia. Uma concedida à Playboy e outra para a revista do campus da Philadelphia College of the Performing Arts, onde ela leciona. Sexualidade humana pra cá, comportamento social pra lá, editei e salvei o que me interessava e segui pela estrada afora, alive and kicking, same as it ever was.

Discordo de Paglia em certos aspectos e sou particularmente relapsa a alguns conceitos, até porque não me apetece muito essa dicotomia universal "machismo X feminismo". Acabo por desprezar a maior parte das classificações "científicas" de comportamento às quais já tive acesso. Mas recorri à Camille com atenção diversas vezes ao longo do tempo, sem jamais aderir completamente, mas sempre admirando suas libertárias convicções.

Não por acaso, ganhei recentemente um pôster com um famoso nu frontal masculino, by Robert Mapplethorpe. Ainda temo que alguém me processe caso eu ouse pendurá-lo dentro de minha própria casa. Também completei minha coleção de curtas do cineasta experimental Kenneth Anger, que assisto sozinha - sempre de madrugada, e aos poucos fui esmiuçando sua produtiva relação de amor & ódio com os seres humanos de ascendente em Escorpião. [I´m so fucking afraid...]

Inspirada por eses e outros fatores, dentre eles a fascinante pesquisa em torno do meu livro-reportagem, e aquela velha e viva atração por uma BELA putaria franciscana em poema & prosa [ganhei de aniversário um livro com os roteiros e outros textos de Pasolini, aliás], resolvi colar aqui pequenos fragmentos de um manifesto imaginário importante, mas que me deixa perplexa justamente pela necessidade de existir, quando seria mais honesto vivermos natural e puramente.

Por Camille Paglia:

"Sex and nature are brutal pagan forces".


"Beauty is our weapon against nature; by it we make objects, giving them limit, symmetry, proportion. Beauty halts and freezes the melting flux of nature."

"Pornography is human imagination in tense theatrical action; its violations are a protest against the violations of our freedom by nature. "

"Art is form struggling to wake from the nightmare of nature."

"My thinking tends to be libertarian. That is, I oppose intrusions of the state into the private realm - as in abortion, prostitution, pornography, drug use, or suicide, all of which I would strongly defend as matters of free choice in a representative democracy".


"The only thing that will be remembered about my enemies after they're dead is the nasty things I've said about them".

"There is no true expertise in the humanities without knowing all of the humanities. Art is a vast, ancient interconnected web-work, a fabricated tradition. Over-concentration on any one point is a distortion".