segunda-feira, 30 de junho de 2008

Nostalgia midiática do "autoral"

Esbarrei numa entrevista que o pessoal da Caros Amigos fez com o reverendo Fabio Massari, em 2004.

Não acompanhei o Massari no rádio, mas cresci absorvendo a memória enciclopédica dele na MTV, desde os 9 ou 10 anos. Informações preciosas, produção artesanal e grandes entrevistas. Foi primeiro no Clássicos, depois no Lado B e no Mondo Massari, de onde garimpei, por exemplo, os clipes dos italianos do Litfiba - e depois escrevi à mão uma listinha com dez CDs para a minha mãe trazer de viagem. [Houve uma grande tortura quando ela me pediu pra escolher um só].

E como faz falta esse tino afiado do jornalista autor, mentor e realizador de projetos. Do cara que banca a pauta e a matéria. Do cara que dá legitimidade ao desconhecido. Qual "doido" escreveria um livro sobre a Islândia e o rock de lá? Onde é que a gente ganha dinheiro por investir em projetos substanciosos?

Os programas do Massari carregavam uma bagagem de viajante, pelo tempo ou pelo planeta afora. A gente grudava na televisão naqueles horários [e nas vinte mil reprises] para ver, rever e tomar notas, juntar referências e impressões, ligar os pontos. Eram fitas e mais fitas no vídeo cassete, extendidas para seis horas de gravação, que eu qualquer dia digitalizo e depois distribuo as pérolas.



foto: massari com frank zappa/acervo pessoal.