"Devo dizer, logo de início, que não tenho de que me queixar. É como estar em um asilo de lunáticos com permissão para masturbar-se pelo resto da vida.
Neste mundo ctoniano a única coisa importante é ortografia e pontuação. Não importa qual a natureza da calamidade, mas apenas se está escrito certo. Tudo fica no mesmo nível, seja a última moda de vestidos para noite, um novo encouraçado, uma epidemia, um alto explosivo, uma descoberta astronômica, uma corrida nos bancos, um desastre ferroviário, um mercado em alta, uma aposta maluca, ... uma execução, um assalto, um assassínio ou o que quer que seja".
Henry Miller, Trópico de Câncer. Trad. Aydano Arruda. São Paulo, Nova Cultural, 1987.
* por indicação do amigo Johnny Martins, que faz aniversário hoje.