Não faz muito tempo que meu amigo Diniz Gonçalves Júnior resolveu limpar as gavetas, arejar os ambientes de casa, destrancar as portas e soltar os cachorros. O resultado é seu primeiro livro, que reúne parte de sua produção poética desde 2001. Decalques já saiu do forno. E eu ganhei meu exemplar autografado há algumas semanas. Só não me debrucei sobre ele antes por cautela & zêlo com a minha própria criação de palavras. Na minha leitura de hoje, resolvi separar uns poemas.
Ifá
não apague a passagem do tempo
flor de ventanias colhidas no dia
lago de narciso, beira do abismo
nas contas do colar; ifá
Ísis
na teia dos cílios
ábacos contavam segundos
pausas entre a fala
e o movimento da íris
reflexos mínimos
rascunhos, barcos
ilhas nas entrelinhas
milhares de sóis
rompem o claustro
de mirestrelas