O jazz, o blues e a bossa. Algum samba pra não dizer que desprezo a pátria.
Começa aqui uma pequena série que separa por décadas as favoritas da tia nos momentos de blue mood ou deep emotions. A linha fina entre o cafona e o profundo. No céu e na lama. Exaltações e passarinhos verdes. Epifanias sobre a dor-de-cotovelo. Momentos "te amo, porra!". E ainda a metafísica e várias putarias das grossas.(Um mix de Peréio com Hilda Hilst). Como dândis ou num vai-e-vem frenético. Fica a gosto do freguês. Aqui vale tudo, desde que tenha muito amor (mas muito amor mesmo).
O que interessa é a década de composição, com espaço para certas versões posteriores.
Agora façam suas apostas, dêem os bracinhos a torcer e soltem a franga chorona que habita esses coraçõezinhos apaixonados. Que coisinha mais fofa!
1) Thelonious Monk - "Ruby, My Dear"
Qualquer nota e qualquer pausa de Monk, sempre. E um mantra delirante para "my dear". Melhor na versão com Charlie Rouse. (Sorry virtuoses, dessa vez não deu para Coltrane).
2) Miles Davis - "It Never Entered My Mind"
Danço abraçada com Richard Gere na varanda de um apartamento com vista para Manhattan. De repetente, abro os olhos. And still wonder why the hell it never entered my mind.
3)Ray Charles - "I Wonder Who´s Kissing Her Now"
A singeleza da possessividade. Ciúme com classe.
4) Sarah Vaughan - "My Funny Valantine"
Quando Sarah canta a dor de Chet. Existe uma gravação dela nos anos 70promovendo o transe no Anhembi, em São Paulo. Pertence ao acervo da TV Cultura. Desde os anos 90, nunca mais assisti. Também nunca mais esqueci. Não achei na internet versão que se compare.
5) Chet Baker[foto] - "Let´s Get Lost"
Let’s defrost in a romantic mist
Let’s get crossed off everybody’s list
To celebrate this night we found each other, mmmm, let’s get lost
6) Bola de Nieve - "Ay, amor"
Verdadeira pérola do cancioneiro cubano. Eis uma choradeira clássica, sem medo da lama. E com belas pianadas. Lección 10, livro 3, vamos a la la clase de Español. Grande Almodóvar!
7) Adoniran Barbosa - "Iracema"
(Eu moro em Jaçanã). Prefiro a versão cantada por Clara NUnes, mas aqui vale o espírito bebum da Elis, num boteco do Bixigão.
8) Astrud Gilberto (João Gilberto) - "Corcovado"
Existe uma versão gravada em português pelo Everything But The Girl, uns quarenta anos depois, ainda não disponível no Youtube. Qualquer dia conto a história dela. Até lá tento encontrar o vídeo e postar para apreciação.
9) Ella Fiztgerald - "Dindi"
A melhor versão do clássico de Jobim, pra mim, foi gravada por Ella - a mais sorridente das divas.
10) Edith Piaf - "Ne me quitte pas"
Embora na versão de Maysa, menos escandalosa, a súplica me soe mais verdadeira.
7 comentários:
como eu não ouvi nenhuma dessas músicas, não vou pegar o espírito do post, mas vou baixar, sempre pego umas dicas boas de musica no seu blog, renata :)
buenas hermana D'Elia brasilera, la verdad que esta en los genes, esto de ser tan rebuscados en textos y analisis, yo lo que veo es que no importa en que pais exista un D'Elia..porque le va a complicar la existencia a cualquiera en donde se encuentre!!..
arriba D'EliaSSSS
armemos un ejercito de gente savia!..
saludos a mis hnos del brazil!
gabriel D'Elia
argentina..
vamos pumas!!...
Número 9!
Vai ganhar fácil, fácil!
que majestade a dessa negra!
chet baker absoluto e eterno!!!!!!
faltou cartola aqui, hein? "tive sim..."
ô Dume, não cabia! Na próxima, maybe...
Ah ... ''Ne me quitte pas" linda linda linda!!
delía na sua fase mais romântica! hahaha
eu gosto de 'me and mrs jones', apesar de ser clichê,na voz do billy paul fica tão linda ;)
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