terça-feira, 8 de julho de 2008

We could be pregnant, just for one day

Tudo começou na lista de uma sala de jornalismo da Faculdade Cásper Líbero, com a chuva de e-mails sobre a formatura. Até que a primeira mensagem fofa apareceu e desencadeou nossas veias familiares:

Ana Paula: Gente, já sei que não vou poder participar da festa (meu filho estará com 1 mês!). Mas é possível participar somente da colação, sem aderir ao resto?

Camila H.: Você está grávida? Que máximoooooooooooooooooooooooooo!

Guilherme P.: Quando eu falei que seria pai, semana retrasada, a reação foi contrária. Por que esse feminismo?

Bruno F.: Eu te apoiei quando você tentava fabricar um filho, Gui. Só disse que para isso você precisa começar a gostar de mulheres.

Renata D.: Eu também tô grávida.

Bruno F.: E o filho não é meu!

Guilherme P.:
Brochas não fazem filho, Bruno.

Ana Luiza: Rê, acho que seu filho já vai nascer falando!

Renata D.:
Em três idiomas, for sure! Federico ou Emanuel se for menino; Rafaela se for menina.

Guilherme P.: Isso me lembra um parto normal que aconteceu dentro de um presídio masculino no Kansas. Os nomes agora me fogem. Ela tentava passar pela vigilância com um radio de três idiomas. Disparou na frente dos guardas. Em japonês.

Renata D.: No meu caso, foi assim: eu estava de saco cheio dessa vida de assassina profissional e já estava afim de dar um pé na bunda do Bill. Ficava meio enjoada após as refeições e, durante um encontro profissional com o grande editor-samurai Massao Ohno, passei muito mal, depois fui embora.

Então decidi comprar um exame de gravidez na farmácia; fiz e deu positivo. Aí foi aquela correria toda. Quatro segundos depois eu tive que render a pistoleira coreana e convencer a capanga a desistir de me atacar... mas o fato é que estou viva e agora vou embora do Brasil pra criar meu filho em paz, longe daqui.

PS: Parei de fumar, inclusive.


VINTE MINUTOS DEPOIS, NO MESSENGER, surge uma amiga ligada a outros companheiros de classe...


Patricia: D´Elia! Me contaram que você tá grávida!

Renata:
Mas já?

Patricia:
Você não tava tomando pílula pra controlar hormônio?

Renata: Eu tava, mas tipo...

Patricia: Como é que você me faz uma coisa dessas agora?

Renata:
Uai, do jeito que todo mundo faz. Você tem outra sugestão de como fazer?

Patricia: Eu não acredito D´Elia, você é louca!

(Silêncio. Janela ociosa por 3 minutos).

Patricia: Mas tudo bem, meu ... tô feliz por você, mesmo não aprovando a sua relação com ele.

Renata: Ele quem?

Patricia: Como assim? Não é dele?

UMA HORA DEPOIS, POR E-MAIL, SURGE UM EX-COLEGA DE FACULDADE QUE SE MUDOU DO PAÍS...

Thiago: Parabéns, Rê! Achei que você ia viajar depois da faculdade! Mas agora acabou a boemiaaaaaaaa!!! rs rs rs (...)

Renata: Ah, menino, eu já não sou boêmia faz um tempinho. Sabia que as grávidas podem - e devem - tomar cerveja preta todos os dias? Ademais, parei de fumar e me matriculei na hidroginástica. Comprei um maiô azul royal e tudo.

TRINTA MINUTOS DEPOIS, DE VOLTA AO MSN MESSENGER...

Camila H.: Meu, você tá grávida?

Renata: Tô, cara. E vou embora do Brasil assim que nascer.

Camila H. [frenética, numa enxurrada de mensagens]: Meu! Como você é estranha, Renata! Como é que você esconde isso de mim? De quem é essa criança?

Renata: Fica calma, Leãozinho. É do Bill.

Camila: E VOCÊ DÁ ESSA NOTÍCIA PRA MIM NO E-MAIL DA CLASSE????
QUEM É BILL?

Renata: O Bill, do Kill Bill.

Camila: Pára de zoar, mano!

Camila: A pílula falhou? Você falhou a pílula, sua louca!!??

Renata: Ah, sei lá, fiquei sabendo hoje e tenho comido que nem um elefante...

Camila: Enjôo?

Renata: Minha barriga tá crescendo...

Camila: Não acredito, meu!

(3 longos minutos depois)

Renata: Então, Camis, é tudo verdade. Quase tudo. Só não estou grávida.

Camila: Caralho Renata, não me mata do coração!

Renata: Pensa, Camis. Sou brasileira e tenho o direito de enganar o país uma vez na vida sem ser presa por isso, pô.

Camila: Ai Re...sinceramente... não sei o que se passa nessa sua cabeça...

Renata: Calma, criança. Foi só uma estratégia para conseguir uma licença remunerada, cursar as matérias em regime especial na Cásper, sentar no banco cinza do metrô e arrumar uma pensão alimentícia - não quero casar.

Camila: Pensão de quem?? Quem é esse idiota desse Bill???

Renata: Mas vocês só pensam no cara? Além do mais, é mentira.

Camila: Mentira a gravidez ou o nome do cara?

Renata: Aaaaaaaaaaaaaaahhhhhhhhhhhhhhhhhhhh!

DOIS DIAS DEPOIS, VIA MSN MESSENGER, APARECE UM AMIGO DO RIO DE JANEIRO...

Lucas B.: Afinal, você está ou não está grávida? (coração pulando)

Renata: Hahahahahahahahahahahahaha!

Lucas B.: Não né? (Ufa!) Você é estranha, Renata. Mas no final, eu gosto de você. Só que agora perdeu a credibilidade, sua zuretinha! E pode me chamar de egoísta, mas eu não queria que você engravidasse agora.

Renata: Não fala assim comigo, criatura! E pensa bem, eu sou brasileira e tenho o direito de...

(História baseada em fatos reais)