sábado, 9 de fevereiro de 2008

My heroin

Isso aqui é rascunho. De merda na sua cara e rosas na sua bunda. Fazia tempos desde as últimas letras num papel. Prá foder em letra e rima, nada como melodia. "I...I wish I could swim, like dolphins, like dolphins can swim". De arroto bruto, impensado, de odores feios, da úlcera velha, cicatrizada. Um dia ela existiu, coitada, pereceu. E eu vivi. De porra na boca, de porra, entendeu? De gozo calado e vívido. Dos fingimentos delas, aos goles. "Te quiero, te adoro, mi vida".

É o cheiro. O óleo. A espada nítida. A verdade que te falta. Infeliz.

Solto essa fumaça na cara sua, o cigarro do álcool de sempre. O pigarro que eu nem tenho, ainda. Estou aqui pensando em flores, cores, e nas bandeiras, prá nunca levantar. E na Banda de Ipanema, que não vi. Detesto essa festa, mas a cabeça é feita prá afundar. A festa. "La fezza da mamma", mas não da minha. A festa nosssa de cada dia. O Porto Pocas, branco e infernal. As mãos calejadas das mulheres de carnavais que não sentimos. As nossas mãos.

O útero dói pela baba de ontem. A tua ou a dele, tanto faz, pode ser. E deveria. Todas as babas, todas. Os anos e os futuros. "Nothing, nothinhg will keep us together, we could be there, forever and ever". As aspas. Essas almas imbecis. As que vagam. E as que procuram. Eu chego cinco minutos depois de você. Tudo bem. As trincas todas, viveremos assim. Eu vim da luta. As lutas tortas do papel, as letras todas, os labirintos. El Aleph. As trincas e quádruplas nossas. A vida inteira.

Minha fúria, a cândida branca, teus papéis. Teu jeito de análise que não sei mais. Eu gritei a vida inteira. Não cansei. Estou liberta. Somos nós. Somos eles. Não sou você. Você me quer. Eu te amo. "We could be heroes, just for one day".