Um Poema
És assim como um galho sussurrante
quando te debruças sobre mim,
e és sabor misterioso
como semente de papoula,
e como o tempo que encrespa o rio
és assim instigante,
e tão tranqüilizante
como a lápide num túmulo,
és como uma amiga que cresceu comigo
e que fosse ainda hoje
difícil reconhecer
o cheiro do teu cabelo,
e quando te magoas eu temo que me deixes,
vadia fumaça esgrouviada –
e às vezes temo mesmo a ti,
quando tens cor de relâmpago,
e como tormenta no céu que o sol varou:
douradoescuro –
se te irritas és então
exatamente como um úú,
profundo som, ressoante e escuro,
e nessas horas eu
faço com sorrisos laços luminosos
em redor de ti.
Nenhum comentário:
Postar um comentário