quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Penso

Sabe, Gabriel, é como se você fosse nuvem. Você passa por cima, e eu tento te alcançar. Gosto de te ver distante, caminhando devagar, sussurrando bom dia pelos arredores do prédio. Eu faço qualquer coisa enquanto você observa as meninas: viver uma verdade e omitir outra. Você finge mal, mas pelo menos eu sei. Acho engraçado quando me observa ruminar a comida nesse fetiche absurdo de me ver engolir coisas. E nem pilantra direito você é, embora tenha lá suas idiossincrasias. Você sorri por coisas bestas & se irrita devagar, cerrando os punhos e resmungando palavrões como os meninos contrariados fazem [tão bonitos nos filmes & nos quintais, sempre meio sujos e rasgados]. Você levita na hora do gol. Você vive leve, que nem pipa. Voando torto e belo, no meio do meu céu. Você tem qualquer coisa de paz, homem azul, quando me observa calmo. Ou então não é você, foi só o feitiço.