ROBERTO PIVA, em entrevista à Ezequiel Neves para a Rolling Stone, em fevereiro de 1972.
sexta-feira, 28 de maio de 2010
O futuro da música
ROBERTO PIVA, em entrevista à Ezequiel Neves para a Rolling Stone, em fevereiro de 1972.
sábado, 22 de maio de 2010
Um nariz de cera da Bizz vale mais que...
"No quarto de um hotel de segunda, em San Antonio, Texas, o garoto negro, alto, magro e elegante senta-se voltado para a parede, um enorme microfone à sua frente, o violão de aço National-Steel sobre o joelho. Um fio corre pelo chão de madeira até o outro quartinho, onde, concentrados, atentos, maravilhados, dois homens brancos de meia-idade manipulam pesados gravadores de rolo. Faz frio, uma fria noite de novembro de 1936. Olhos fechados, o garoto toca - alguém na sala de controle comenta que não é possível: deve haver mais alguém com ele no quarto. Como é que estamos ouvindo acompanhamento e solo ao mesmo tempo? Mais que isso - que tristeza, que tristeza infinita, que doçura angustiada nessas cordas. O garoto canta, uma voz aguda e ligeiramente fanhosa, e a primeira impressão é de transe, trânsito, fuga, como capturar o vento. Depois, abre-se um universo escuro, um poço das mais absolutas paixões - cada blue é curto, curto, dois minutos e pouco, cantado com quem perseguisse ou fosse perseguido. Nem amor, nem desejo, nem desespero: um pouco de cada uma dessas emoções e mais alguma outra coisa, alguma coisa que remonta à mais básica humanidade, fatalidade, destino, morte. O garoto é Robert Johnson, 25 ano, nascido (presumivelmente) no vilarejo de Hazelhürst, Mississipi", Ana Maria Bahiana sobre King Of The Delta Blues Singers, do Robert Johnson.
segunda-feira, 17 de maio de 2010
Top 10 - Trailers de Cinema
10) Ben-Hur (William Wyler, 1959)
E aí, indiezinho? Tá doido pra dizer que eu sou brega! Afinal, o filme tem fundo bíblico, moral da história, trilha sonora melodramática e as fundações dos clichês narrativos viuais que povoam o gênero épico desde então. A diferença, chuchuzinho, é que eu posso dizer que adoro Ben-Hür sem vergonha, sem pudor e sem pedir licença aos meus amiguinhos que querem ser Spike Jonze. Eu sento, me esparramo, coço a cabeça da cachorra com uma mão e enfio milhões de pipocas na boca com outra. Você não. Você está preocupado demais com suas opiniões e argumentos para defendê-las sem parecer um idiota. Sabe de uma coisa? O Charlton Heston também era um idiota: Judah Ben-Hür passou a vida flertando com Messala, mas o velho Heston, mascando fumo, não percebeu. Você tem razão, indiezinho: Michael Gondry tem mais massa encefálica. Só não tem metade da força da velha cinematografia de William Wyler.
9) Kika (Pedro Almodóvar, 1993)
O Pedro é o cara. Kika é aquele tipo de filme exagerado, delirante, espalhafatoso, sem um pingo de elegância pela qual se possa babar para além das milhões de cores de Almodóvar, a presença de Victoria Abril e Rossy de Palma (que valem, sozinhas, mais que milhões de planos milimetricamente tristes) e, claro, Andrea Caracortada. É um caldeirão pop & brega, gostoso que nem pizza.
8) O Selvagem da Motocicleta (Francis Ford Coppola, 1981)
Nem que Mickey Rourke não fosse tão sexy e não tivesse sua forma tão sexy de imitar Marlon Brando; nem que Matt Dilon não fosse tão lindo e Nicolas Cage não fosse também um Coppola: o exercício estético mais livre e solto do mestre, em preto e branco, com a trilha de Stewart Copeland, em trailer, rapidinho, dá rubores, dá beleza na vida. "The motorcycle boy reigns".
7) Silêncio (Ingmar Bergman, 1963)
Quer que eu explique?
6) A Liberdade é Azul (Kryzstoff Kieslowski, 1993)
Na lista de coisas mais bonitas do mundo estão as trilhas de Zbigniew Preisner, os filmes de Kieslowski, o rosto de Juliette Binoche e as cores azuis (especialmente os olhos). Para todos os efeitos, este trailer é uma boa porta de entrada.
5) Decameron (Pier Paolo Pasolini, 1970)
Giovanni Bocaccio escrevia sobre amor, religião, hipocrisia e merda com a mesma maestria. A Pasolini em especial, esses assuntos eram bastante caros. Eu acho que a música é do Ennio Morricone, mas na edição brasileira dos DVDs da Trilogia da Vida, isso não fica claro. O trailer oficial é rápido, rasteiro e certeiro.
4)Zabriskie Point (Michelangelo Antonioni, 1970)
3) Blow-Up (Michelangelo Antonioni, 1966)
Assista e descubra a cultura e a contracultura, o cult e o pop. Para Antonioni, a arte vem em prol do intelecto, na contramão de Fellini, onde o intelecto serve a arte. Apolíneos & Dionisíacos: amai-vos! (Que papo besta, vamos aos trailers!)
2) Suspiria (Dario Argento, 1973)
Terror psicodélico italiano. Giallo, giallo.
1) O Desprezo (Jean-Luc Godard, 1963)
Eu disse que o Pedro é foda. A começar pelas referências dele.
quarta-feira, 12 de maio de 2010
Bichos escrotos, saiam dos esgotos: a cultura higienista na zona norte da cidade
Esta semana, debaixo da ponte, ao lado do córrego, em frente à favela, metros antes do Habib´s 24 horas, 6 moradores de rua foram assassinados a sangue frio durante as horas geladas da madrugada. O bairro vive uma onda de violência. And there´s no such thing as paranoia, já diria Hunter S. Thompson, praticamente uma antítese americana do Jaçanã. Pesquisa do Datafolha, realizada em 2009, aponta que este é um dos distritos com maior índice de violência na cidade, mas embora 34% de seus habitantes afirmem já ter sofrido com isso, apenas 26% tem a sensação de viver em um lugar perigoso. Bem, eu disse que o Jaçanã era um bairro simpático.
Nós, zonanorteños, assim como os porteños, somos facilmente reconhecíveis. Cumprimentamos uns aos outros com tapas nas costas -- inclusive mulheres grávidas --, falamos um dialeto que mistura "bella roba" com "certo, mano" e, mesmo que não suportemos pagode e nos mudemos para qualquer reduto modernoso da cidade, ainda seremos obrigados a almoçar em "churrascarias chiques" no Dia dos Pais ou frequentar o aniversário de um amigo de infância que toca pagode e faz reflexo no cabelo.
Aprendemos, desde pequenos, que Santana é o melhor bairro do mundo e que é bonito ser uma emergente emperuada que ocupa duas vagas no estacionamendo do shopping. Um bom emergente da zona norte paga, na Parada Inglesa, o mesmo que se paga pelo metro quadrado dos Jardins e tá tudo bacana: é muito importane viver num bairro de família próximo do metrô. Afinal de contas, moramos perto da Serra da Cantareira e respiramos fumaças mais puras que as fumaças da zona sul.
Não menos importantes são os dados políticos. Entre os zonanorteños, pega muito mal ser de esquerda: não existe uma família cujas fotos oitentistas e noventistas não revelem um velho Opala branco com um adesivo do Maluf no vidro. O Jaçanense clássico -- de 20 a 70 anos --, é um exemplo vivo: quer ver a ROTA na rua e elege, invariavelmente, os mesmos patronos às câmaras municipais e estaduais. Gente como Wadih Mutran, Capitão Cosme e Conte Lopes. Sabe aquele seu tio gerente de banco? Então.
De janeiro a maio de 2010, tenho notado que o número de moradores de rua aumentou consideravelmente no Jaçanã. Já até vi uma criança dormir dentro de um caixa eletrônico do Itaú. Limpeza pública é coisa do passado: as calçadas estão imundas e os vira-latas de rua estão muito felizes com isso. O bairro é mal iluminado e as opções de lazer são escassas, o que me força a pagar táxis caros para sair ou chegar após as 10 da noite. Os pedidos de esmola no meu portão também aumentaram, a qualquer hora do dia. Outro dia perguntei a um taxista se no portão dele também era assim. Ele disse que essa cambada de vagabundos devia parar de usar tóxico e arrumar outro lugar pra dormir.
Imagino que o taxista, que é pai da menina da Lotérica, acredite que o adolescente deitado no caixa eletrônico tenha grandes chances de estudar, sei lá, em Harvard; e estaria simplesmente desperdiçando uma grande vida em prol da vagabundice e da sujeira. Mas concordo em partes: era mesmo mais cômodo quando todos eles dormiam nos albergues, longe das nossas calçadas. Vocês não acham? Quanto a isso, lhe fiz uma proposta: que tal culparmos nosso neo-malufista de confiança, o Kassab, que fechou uma tonelada de albergues e, pra piorar, é dono de uma administração medíocre em assistência social e educação?
Mas o taxista, como um zonanorteño clássico, acha que o negócio é só pagar bem a polícia e investir em presídios de segurança máxima. Há mais de 20 anos no estado de São Paulo é assim: construímos cadeias e mais cadeias e, de vez em quando, rola um massacre de presidiários. Não à toa, os índices de violência em todo o estado voltaram a crescer. Digo ao taxista que isso não vai dar em nada pois, daqui a pouco, metade da população estará na cadeia e a outra metade estará trabalhando pra sustentar os presos. Mas antes que ele falasse em pena de morte, cruzei a divisa com Guarulhos rumo à casa da minha mãe, e observei a ponte escura com uma constatação óbvia: é assim que as cidades marginalizam as periferias, até que as periferias apodreçam a cidade.
-- "Moço, é o seguinte: de bate-pronto, eu diria que o sistema carcerário paulista é mais falido que o SUS e menos falido que a educação estadual. Ligue os pontos", eu disse.
O taxista ralhou, me chamou de Petista e tomou de mim os 40 contos da corrida.
Peça de Museu. Todo zonanorteño, além de provinciano, é orgulhoso. Nós somos assim.
segunda-feira, 10 de maio de 2010
Bono 50
Paul Hewson é mal diagramado. Pós-punk desajeitado. Já teve mullets, salto alto, chapéu de caubói e estampa de oncinha. Já se vestiu de MacPhisto, de Mosca, de cyber musculoso maluco. Tem pança de pochete há pelo menos 20 anos. Suas mãos parecem pães de queijo. Bono mais parece um pão de queijo. Faz o genro militante mala. Faz o namorado engraçado, debochado. Faz o marido rico e o tiozinho batuta que ensina a molecada a fumar escondido. Faz um par de olhos azuis, assim meio bêbados, que não existem no mundo assim tão fácil.
Paul Hewson nasceu na Irlanda em 10 de maio, no mesmo ano que o meu pai.
segunda-feira, 3 de maio de 2010
Breve teaser (ou pancada na cabeça)
João Silvério Trevisan é ensaísta, romancista, pesquisador, criador da Parada do Orgulho Gay de São Paulo e militante pelos direitos civis de homossexuais. O trecho acima faz parte de uma longa entrevista concedida às jornalistas Renata D´Elia e Camila Hungria em abril de 2010.
sábado, 1 de maio de 2010
Saturday night, almost sunday morning
"Chega de mentiras/De negar o meu desejo/Eu te quero mais que tudo/eu preciso do seu beijo/Eu entrego a minha vida/Pra você fazer o que quiser/De mim/Só quero ouvir você dizer/Que sim/Diz que é verdade que tem/Saudade/Que ainda você pensa muito em mim". Grande Chitão, grande Xororó. Tenho muita saudade da Galopeira. Estou falando sério: o mundo sertanejo anos 80 era muito mais verdadeiro. Todo mundo trepava, todo mundo traía, todo mundo brigava, e todo mundo trepava de novo pra fazer as pazes. E naquela tarde de 2010 não havia um só boteco para beliscar uma coisinha e conversar tranquilamente sem que fossemos atropelados por uma manada de elefantas imbecis mal vestidas, acompanhadas de seus respectivos pitboys. Minutos depois, o pagode universitário. E o sertanejo universitário. Volta Chitãozinho & Xororó! Eu até que era feliz e não sabia.
Laetitia Sadier
Encontrei o Wagner Love (vulgo Wagner Montes) e uma amiga dele no saguão no Teatro do Sesc Vila Mariana. Havia homens cabeludos & mulheres barbudas vestindo xadrez, usando chapeus e calçando all stars de toda sorte. Era uma noite de quarta que ameaçava ser fria, mas não foi. O show de Lateitia Sadier, mais conhecida por sua performance como compositora, cantora, tecladista e trombonista do Stereolab, foi dos mais intimistas e rápidos (1 hora) dos últimos tempos. Tímida, canhota e meio desajeitada, errando de leve os tempos nas canções com uma Stratocaster preta e branca, ela cantou sem deslizes, intercalou canções com brincadeiras num inglês de sotaque parisienese e contou pequenas histórias sobre suas novas canções solo. As letras continuam espertas. E quase tudo isso era previsto. Mas faltou molho: ficou devendo bateria, backing vocals, teclados, mais guitarras e metais. Quem sabe na próxima? Quem sabe com Stereolab. Odilon Wagner aprova.
Sobre café e cigarros
"Empty hours/Spent combing the street/In daytime showers/They've become my beat/As I walk from cafe to bar/I wish I knew where you are/Because you've clouded my mind/And now I'm all out of time". Quem canta isso é Tracey Thorn (Everything But The Girl), só que num disco divino do The Style Council, 1982, Cafe Bleu. Uma das melhores vozes do mundo, na atmosfera esfumaçada de Paris. Paris Match é o nome da música. Favor atentar também para a bela faixa título instrumental, entre outras. You´re The Best Thing, por exemplo, é exatamente o guilty pleasure do indiezinho que ouve Antena 1 escondido e se absolve quando fica sabendo que quem canta é o Paul Weller. Flertando com Marvin Gaye e meio mundo da Motown inclusive. Coisa que eu gosto no Paul Weller é a coragem de mandar os indiezinhos de então às favas e largar o The Jam (que eu adoro) para encarar um projeto mais pop, mais melódico e, olha só, mais romântico. Só que no oposto da Galopeira.
Bônus Tracey Thorn (and I miss you... like the deserts miss the rain)
1) Walking Wounded, do disco homônimo (1996). Quem contou foi a Soninha Francine no Pé da Letra MTV, que eu tenho gravado em VHS desde então. Ben Watt -- marido e parceiro de Tracey no EBTG -- havia se recuperado de uma doença séria e rara e, por isso, o disco veio com clima de crise. Vendeu bem. Dali também surgiu a melodia de Wrong, que ocupa um lugar de honra na minha memória afetiva.
2) Time After Time, clássica atemporal de Cindy Lauper que até Miles Davis gravou, tem versão semi-acústica na voz de Tracey Thorn, também com o EBTG.
3) Corcovado (Jobim/Gilberto) também ganhou uma repaginada do EBTG em português. Tracey havia decorado a letra para cantar durante uma apresentaão em Lisboa, nos anos 1980, mas o show foi cancelado e a versão foi prá geladeira. Acabou recauchutada na coletânea RED HOT + RIO, que reuniu artistas pops e undergrounds gringos junto a craques brasileiros para duetos e versões inusitadas para clássicos da bossanova. Com curadoria da RedHot.Org, o álbum tem renda revertida para pesquisas sobre a Aids.
Ziggy Stardust
Acabo de conhecer um bebê de 8 meses, filho do meu primo. Luca tem nome de rico e menos de 1 metro de altura. Adentrou a casa cheio de si, já conhecendo as cores do tapete e do sofá, as vozes da família, quando abriu de repente um sorriso banguela e apontou para as caixas de som. Era David Bowie.
Christina Aiquemerda
Quem não viu, por favor veja e espalhe o mico do novo clipe de Christina Aguilera (que já fez escândalo na MTV Brasil porque se sentiu ofuscada pela Sabrina Parlatore, lembra?). Ela é do tipo que esperneia pra chamar atenção. Parece até ex-BBB: cada mergulho é um flash. A tontona resolveu surfar na onda de Lady Gaga e levou um caldo tão feio que até Madonna desceu do olimpo pra ver se machucou. Sou completamente a favor do amor livre. Mas em Not Myself Tonight, a apelação de Christina ao posar de bad girl baladeira e sair catando todo mundo é forçada de dar dó. Aliás, no hall das cadelas que rebolam nos EUA, sou mais as brasileiras, cujas produções valem tanto quanto elas: nada. Procure na web. Não vou perder meu tempo anexando isso aqui. O nome desse blog tem mágica.
M.I.A.
Indiezinhos e hypeiros de plantão babam ovo, rasgam as calças e choram de emoção, com a mão no peito, "genial, genial!", pelo novo clipe de M.I.A., sri-lankesa metade britânica que faz aquela mistura de batidões e spoken words. Dirigido por Romain Gavras, filho do Costa Gavras, o filme caminha na linha do "Violência Gratuita" do Michael Hanake, supostamente por reflexão política. Uau, que coisa! Há que apontam no clipe arroubos de apologia à violência e ao terrorismo (hein?). Eu simpatizo com a M.I.A., já até vi show dela no Tim Festival. Só não simpatizo com afetação hypeira e chatices do tipo.
II Seminário do Empadão Culturete
Este blog não tem críticas culturais. Quem quer críticas culturais deve procurar por críticos culturais. Desde já, desejo a todos uma boa sorte e recomendo guaraná em pó para não dormir na operação pente fino. Confesso ter dado risada: mais um curso de jornalismo cultural da Revista Cult. Gente interessante, concordo. Grandes nomes, que certamente merecem ser ouvidos: Beatriz Sarlo, Eric Lax. Grandes frias como Arnaldo Antunes. Tem até o Lobão. E jornalistas atuantes no mercado. Metade é freela, mas tudo bem. Parcela-se em 3 vezes. Esgotam-se as vagas. Lota-se o TUCA. Estudantes pleiteando seu futuro lugar ao sol das cabines de cinema às 9 da manhã. Alunos do curso de uma revista que ninguém lê, escrita por gente que ninguém conhece, discutindo situações que só existem no mundo dos sonhos, pela ótica de dinossauros respeitáveis, mas que se formaram há décadas e não vagaram seus lugares desde então.
Juntando todos os cadernos, veículos e editorias especializadas de São Paulo, quantos jornalistas culturais existem no mercado? Não estou falando de blogueiro amador e sites que não remuneram colaboradores (embora alguns editores desses já tenham dado cursos na Cult). Quantos indivíduos têm carteira assinada para escrever sobre cultura, em São Paulo? Ok, vamos ampliar o leque. Vamos incluir os freelas. Com quantas empadas se faz o coffee-break dessa coletiva? E mais: quantos alunos das especializações e mestrados em jornalismo cultural estão, efetivamente, ganhando a vida nesse ofício? Eu já fiz um curso de jornalismo cultural. E posso responder, em partes, algumas dessas e outras perguntas, exceto uma: onde foi mesmo que perdemos completamente a noção do ridículo?